Tem que se Hidratar!
- Victor Tarini
- 8 de ago. de 2022
- 3 min de leitura
“O Negócio é beber água!” quando se trata de repor os líquidos que perdemos durante o esforço físico, beber água é quase sempre a coisa certa a se fazer. Mas, então por que as pessoas têm tantas dúvidas sobre o que beber durante a prática de esportes?

A resposta nem sempre é simples, pois, existem muitas variáveis a considerar antes de tomar a decisão sobre o que usar para repor aquilo que foi perdido na transpiração. Em Primeiro lugar, não é só água que perdemos durante a transpiração. Uma Porção de sais minerais é despejada junto com a água que brota da nossa pele com o intuito de resfriar o nosso corpo.
ISOTÔNICOS
A composição do líquido hidratante precisa ter aproximadamente a mesma composição do nosso suor. São muitos os hidratantes que cumpre este propósito, trazem ainda um sabor interessante tornando a bebida ainda mais agradável.
O nome que se dá a esses hidratantes é “isotônico”, líquido com composição semelhante àquela encontrada no plasma sanguíneo. Não Importa a marca sendo isotônico, precisa apresentar uma composição de água e sais minerais semelhante a encontrada em nosso corpo.
“Então, é só beber isotônico no lugar de água que está tudo certo? A resposta certa é: “depende”. Como disse anteriormente, existem muitas variáveis que influenciam de forma importante o volume de líquido perdido na transpiração. Vou listar os principais.
VARIÁVEIS DA HIDRATAÇÃO
Umidade
A umidade relativa do ar está entre os principais fatores que afetam o volume de transpiração e perda de líquidos pelo corpo. No inverno, com o volume reduzido de chuva, é muito comum observar baixa umidade relativa do ar. Nestas circunstâncias, ocorre considerável perda de líquido devido a secura do ar. A prática esportiva é diretamente afetada pela baixa umidade. A condição ideal para a prática esportiva é de 60% de umidade relativa do ar. Em sendo assim, a reposição de líquido precisa estar à altura da perda.
Temperatura
Quando a temperatura externa supera a temperatura da pele, o corpo começa a absorver o calor do ambiente e passa a depender totalmente da evaporação da transpiração para eliminar o calor. No inverno isso é pouco significante, porém no verão é o principal fator de perda de líquido durante a prática de exercícios.
Duração da prática de atividades físicas
A duração da atividade física, é a terceira variável a ser considerada na hora de avaliar qual líquido hidratante escolher para repor o que foi perdido na transpiração, onde atividades de curta duração preferencialmente são acompanhadas de água enquanto, atividades de média a longa duração devem receber também isotônicos.
Esvaziamento gástrico
As substâncias que entram no estômago sofrem transferência para o intestino sob diferentes tempos. Líquidos abandonam o estômago mais rapidamente do que sólidos. a concentração no líquido influencia a velocidade com que este abandona o estômago. Água pura gelada é o que mais rapidamente abandona o estômago, cerca de 250 ml em 15 minutos. qualquer elemento adicionado à água afeta esse ritmo, portanto a escolha do líquido hidratante dependerá destas 4 variáveis.
MARATONA NA RÚSSIA

Certa vez, ouvi uma história contada por um ilustre professor no meu curso de pós-graduação em fisiologia do exercício na Unifesp. Na história, ele se referia a 3 atletas que foram disputar uma maratona na Rússia. Na ocasião, era primavera e a temperatura local era de 6 °C, com sensação térmica de -10 graus Celsius. Então, o treinador dos atletas foi obter informações com os organizadores do evento sobre a previsão meteorológica para o dia da prova. Ele foi orientado a agasalhar os atletas, pois o dia da prova estaria ainda mais frio. Recomendaram ainda que não usasse isotônico, mas sim, refrigerante de Cola de marca conhecida (cabe aqui uma explicação, o refrigerante de cola tem alta concentração de sódio e de açúcar, portanto classificado como um hipertônico, por apresentar concentração superior àquela encontrada no plasma). Como estaria muito frio, o açúcar na bebida ajudaria a repor a glicose perdida durante a prova, considerando que o frio conta como fator extra na perda de energia. Ao explicar a sugestão aos atletas, dois deles se opuseram, pois eram patrocinados por uma marca conhecida de isotônicos e isso poderia trazer problemas. Ao final da prova foi observado que apenas o atleta que usou o refrigerante de cola tinha conseguido concluir a distância. Os outros dois abandonaram com sintomas de hipotermia. Quem diria, não é mesmo? Isso ajuda a explicar que, sim! Precisamos avaliar as circunstâncias antes de definirmos a estratégia de hidratação. Uma coisa é certa, “tem que hidratar”!
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